Desastres não são naturais. Desastres são a intersecção de um fenômeno perigoso, seja de que origem for, com uma determinada população, provocando óbitos e prejuízos materiais profundos. Muitos desastres ocorrem em sociedades cujas populações mais vulneráveis estão permanentemente em situação de desastre. Desta forma o desastre é um processo social, do qual a ocorrência do fenômeno perigoso é só mais um momento. Por isso, o pós-desastre é uma continuação do desastre.

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Os desastres são evitáveis? Podemos diminuir a vulnerabilidade das pessoas?

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Existem várias formas de evitar ou mitigar um desastre, dadas pela ciência e pelas diferentes formas de coesão social. A melhor via é a via da política e da discussão horizontal, com voz para todos os envolvidos, especialmente os mais vulneráveis.

A Sociedade brasileira, que é uma sociedade basicamente reativa a desastres, tem avançado muito nos últimos anos. Entretanto, com o desmantelamento das entidades técnicas e das articulações governamentais que trabalham nesta área, estamos experimentando um retrocesso. Não obstante isso, há muito que se fazer. Trata-se de uma área multidisciplinar e que apresenta desafios importantes a serem vencidos, tanto a nível nacional quanto internacional. Engenheiros, matemáticos, geólogos, geógrafos, sociólogos, enfermeiros, jornalistas, são todos bem-vindos para ajudar a salvar vidas e melhorar as condições das pessoas mais vulneráveis.